O diagnóstico territorial é uma das principais etapas do trabalho em Arranjo de Desenvolvimento da Educação (ADE), já que ele possibilita que o grupo identifique as potencialidades e fragilidades de cada município, especialmente do território, além de dar visibilidade aos pontos comuns entre as redes de ensino.

O diagnóstico também será importante para auxiliar a tomada de decisão da próxima etapa de trabalho: eleger as prioridades do trabalho em Regime de Colaboração. Com a análise de dados concluída, é possível (e bastante comum) que os participantes do Arranjo observem muitas demandas, no entanto será preciso eleger aquelas que são estruturantes, tanto para a melhoria da gestão, quanto da prática pedagógica. 

 

Elaborando o diagnóstico

Como esta é uma etapa central do trabalho, é importante que os participantes pactuem os indicadores a serem analisados com muito cuidado. Devem-se considerar dados públicos, comparáveis, e que sejam importantes para todos os municípios envolvidos. Se fizer sentido para o território, é possível expandir o contexto de análise, incorporando dados socioeconômicos, projeção de população, perfil de profissionais de cada rede de ensino, entre outros exemplos.

Dependendo da necessidade do território, também poderão ser considerados os dados por um período de tempo mais longo. Esse conjunto de dados vai contribuir para uma tomada de decisão mais assertiva sobre os acordos e metas do Arranjo. O grupo vai perceber que, além de revelar o contexto do território, o diagnóstico também terá uma função integradora, já que vai proporcionar aos participantes do ADE o conhecimento qualificado sobre a realidade dos municípios que o integram.

O diagnóstico poderá ser conduzido por profissionais de um dos municípios ou de um conjunto deles, ou ainda, por um parceiro externo, como por exemplo, uma instituição de ensino superior. Essa decisão cabe ao grupo, de acordo com as possibilidades e com os recursos disponíveis na região. É importante salientar que o diagnóstico não pode servir para expor ou ranquear os municípios; ao contrário, ele deve auxiliar na identificação das potencialidades e fragilidades entre eles, provocando nos participantes um olhar sobre o conjunto e instigando-os a pensar como território.

 

Quais indicadores analisar?

Os indicadores podem variar de acordo com as necessidades de cada território. No entanto, quando falamos de Educação, alguns dados são considerados universais. O livro Arranjos de Desenvolvimento da Educação: Caminhos para Implantação e Gestão, produzido pelo Instituto Positivo, traz no capítulo cinco uma lista completa com vários indicadores que podem ser utilizados, explicando o que eles avaliam, por que é uma boa ideia considerá-los e onde encontrar os dados. A lista está disponível na página 34 e você pode acessar a publicação clicando aqui.

 

Entendendo os dados

A fase de análise do diagnóstico é decisiva para que o grupo compreenda a realidade de cada um dos municípios, bem como as disparidades e as inter-relações existentes entre os envolvidos. Nessa fase, inclusive, os participantes poderão enxergar o contexto do território e perceber se existem decisões de um município que têm impactado os demais, como por exemplo a abertura de um processo seletivo para docentes com um valor de remuneração muito acima daquele praticado pelos municípios vizinhos.

A partir do resultado da análise, o grupo deve chegar a um consenso sobre quais são os problemas estruturantes, ou seja, aqueles que têm desencadeado outros e, por isso, a sua solução ou encaminhamento deve ser considerada prioridade. Este é um momento que requer um tempo de qualidade, pois toda essa avaliação exige dedicação e cuidado. É possível que essa fase leve mais tempo do que a expectativa inicial do grupo, mas se estiver estimulando debates importantes, vale a pena o ajuste no cronograma.

 

Matriz GUT

A Matriz GUT é uma ferramenta que pode auxiliar o grupo na definição das metas que serão trabalhadas pelo Arranjo, já que a matriz contribui na priorização das resoluções de desafios a partir de três critérios: gravidade, urgência e tendência (probabilidade de piorar em um determinado prazo).

Assim, por meio da Matriz GUT é possível avaliar aspectos de risco e impacto de cada um dos problemas/desafios ao longo do tempo, facilitando a percepção sobre o que é prioritário e o que pode ficar para depois. É importante ressaltar que ela não vai apontar como resolver cada um dos desafios, mas vai indicar quais deles devem ser tratados primeiro.

 

Instituto Positivo

Acreditamos no potencial da colaboração para vencer os desafios da Educação.